Durante todo este mês, uma artista visual amapaense irá
fazer um intercâmbio cultural na cidade de Corumbá, no Estado do Mato Grosso do
Sul. Elenilda Silva Moraes, ou Lene Moraes, está começando a deixar sua marca
na história da arte amapaense e enriquecendo seu currículo nesta nova
experiência.
O Intercâmbio Cultural é parte do Projeto Rede Brasis; uma
experiência de residências inter-regionais realizadas num circuito de
cooperação entre artistas de diferentes regiões do país. Nesta edição, cinco
artistas, de cinco diferentes cidades - Aracaju (SE), Macapá (AP), Corumbá
(MS), Rio Grande (RS) e Ouro Preto (MG) - foram escolhidos por meio de uma
seleção aberta de artistas locais que recebem o “artista viajante”. Eles
vivenciarão intercâmbios nos quais não serão somente beneficiários de uma
residência, mas também, colaboradores na sua produção e formatação. O projeto é
financiado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), e tem como direção os
artistas Yili Rojas e Isaumir Nascimento. “É pra fazer esse intercâmbio entre
esses vários Brasis que têm realidades artísticas bem diferentes”, cita Lene
Moraes.
Artista amapaense
Lene Moraes, 23 anos, concluinte de Artes Visuais, na
Universidade Federal do Amapá, relata que seu envolvimento com a arte no Amapá
foi mais intensa no ano passado, quando fazia seu Trabalho de Conclusão de
Curso e começou a participar de atividades, principalmente, de grupos
independentes e a frequentar o Museu da Imagem e do Som (MIS).
Entre sete propostas, o projeto “Como Morre Uma Fotografia”
foi escolhido, e Lene, dona do projeto, irá até Corumbá esta semana, para
começar a implantar o projeto. “O principal ponto de vista dele é
epistemológico, é um levantamento de conhecimento local, através da fotografia.
Ele passa por vários momentos de leituras e releituras fotográficas”, define o
projeto.
A execução possui várias etapas e ela explica: “O primeiro
passo é conhecer a história da cidade através de fotografias das famílias.
Essas fotos serão digitalizadas e transformadas em ‘lambe-lambe’, grandes
cartazes, e postas em várias vias públicas, sujeitas a intervenção da
comunidade, e eu irei fotografar toda essa intervenção. A exposição final serão
as fotografias das intervenções, será o processo que essas imagens passaram
diariamente. O segundo ponto de exposição é expor as fotografias originais em
mídia, com o diferencial de elas estarem em estilhaços de vidro; [...] que eles
sejam compreendidos como um entrelaçamento de reflexões múltiplas”. Ela lembra
que a realidade de Corumbá pode interferir no projeto, e ele se adaptar-se à
história da cidade.
A ideia surgiu com um projeto de pesquisa de Fotografia em
Memória, no MIS, que lhe proporcionou muito referencial prático e teórico para
produção; ela também acrescenta que o fotoclube que participa também serviu de
inspiração para a criação do projeto.
Ela revela: “Estou muito nervosa, um pouco ansiosa porque
antes de tudo eu não quero ir sozinha: quero representar os coletivos
independentes, como o FotoClube, FIM, Catitas e APQuadrinhos. Quero poder
mostrar que tem muita gente atuando na cultura alternativa em Macapá, até
porque fora do Estado as pessoas não conhecem a nossa realidade. Ao retornar,
trazer toda essa experiência e compartilhar”.
Como é um intercâmbio cultural, a artista Barbara Mol, de
Ouro Preto, executará seu projeto em Macapá, também na mesma época em que Lene
Moraes ficará em Corumbá.
* Rede Brasis no Facebook
Fabiana Figueiredo
@FabianaFgrd
Repórter Cultural
(Matéria publicada na edição 360, do Jornal Tribuna Amapaense)
* Rede Brasis no Facebook
Fabiana Figueiredo
@FabianaFgrd
Repórter Cultural
(Matéria publicada na edição 360, do Jornal Tribuna Amapaense)