segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Curta-metragem (enfim) estreou em Macapá.



Fabiana Figueiredo (@FabianaFgrd)

Após dois anos de atenção e cuidado especial dos produtores, o curta-metragem amapaense "A Rosa" teve seu lançamento na noite de segunda-feira (17), na Boate Ibiza, com todos os que contribuíram com a realização do filme de pequena duração, além dos familiares. A noite também foi regada ao som das bandas O Sósia e Mini Box Lunar. O público presente se emocionou com cada cena exibida, e entendendo a mensagem da obra cinematográfica. 

"A Rosa" é uma ficção, mostra uma noite na vida de um portador de necessidades especiais auditivas, Carlos, interpretado pelo ator também surdo, Gabriel Lélis Cordeiro. Na boate, ele conhece a jovem Norma, interpretada por Yasmin Façanha, que sabe a Língua Brasileira de Sinais e interage com Carlos. O amor aflora. Mas a figura do ex-namorado de Norma aparece e então começa o desenrolar da história. Com a duração cerca de 25 minutos, o curta "pontua a questão do bullying, aborda os sentimentos. É um filme que fala de amor, fala de conquista; que apesar de ser preto, branco e mudo é um filme poético", comenta a produtora do filme, Ana Vidigal. 

Os realizadores se entusiasmaram quanto à escolha do protagonista que se adequou perfeitamente ao papel por possuir a vivência e o perfil exigidos pelo roteiro. "Eu sinto uma vontade enorme de me comunicar com o Gabriel, 'A Rosa' me despertou essa consciência de que nós vivemos em uma sociedade que não está preparada pra conviver com as diferenças, a tolerância diante delas. Eu, como produtora, senti muito a ausência de saber a língua de sinais. No nosso elenco conhecemos um ator que foi o grande comunicador com o Gabriel, porque domina as libras", citou Ana Vidigal.

A produtora também ressaltou a mensagem do curta: "É um filme poético, que faz você pensar que os especiais também têm sentimentos, que eles sentem tanto como nós, eles pensam, se comunicam, amam, sofrem, choram, e a sociedade passa e não interage com eles".

O ator Gabriel Lélis definiu que está bastante feliz em ter participado do curta-metragem, foi muito bom tudo o que aprendeu, gostou em ter feito amizades e que o filme ficou maravilhoso.
Elenco principal do curta-metragem “A Rosa”
Tecnicamente, em uma homenagem à Charlie Chaplin, o filme é quase totalmente em preto e branco, além de ser mudo; adaptado para portadores de necessidades. O curta foi rodado sem apoio do Governo Estadual, Municipal ou Federal, e nem do empresariado amapaense. Ele é composto pelo roteiro e direção do filme de Dominique Allan, trilha sonora de Manoel Cordeiro, fotografia de Andrews Gavin, coordenação das oficinas de preparação e a direção do elenco de Thomé Azevedo, direção de arte de Cristiana Nogueira, designer gráfico do projeto de Paulo Sanches e Ribeiro, e a coordenação executiva de produção de Ana Vidigal. Apoio da Castanha Filmes, a Criação Publicidade e Meio Mundo Produções.

A seleção de elenco foi feita com alunos das Escolas Estaduais Alexandre Vaz Tavares, Sebastiana Lenir e, ainda, com jovens integrantes do grupo da Pastoral da Juventude da Igreja Nossa Senhora da Conceição; para capacitação dessa turma jovem que formou o elenco, os produtores realizaram oficinas preparatórias de interpretação cinematográfica durante alguns meses.

"'A Rosa' é produto de um esforço coletivo", como disse Ana Vidigal. Para tanto, ela informou que pretende fazer outras exibições em escolas, praças e cinemas, além de inscrever o curta-metragem em vários Festivais de filmes.

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