@FabianaFgrd
A troca de sacolas plásticas pelas retornáveis já é realidade no Amapá |
As Leis da Substituição
A cidade de São Paulo foi a pioneira em abordar o assunto. Em 2005, uma rede de supermercados, voluntariamente, fez uma campanha de substituição das sacolas, o que deu o impulso para que fosse implantada, anos depois, a lei municipal. Outros Estados também criaram leis de adoção das sacolas biodegradáveis: Minas Gerais, Sergipe, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e outros, dão o exemplo.
Macapá também já entrou nessa lista: o vereador Clécio Luís Vieira criou o projeto de lei de nº 046/10 CMM, que foi sancionado pela Prefeitura Municipal de Macapá, tornando-se lei municipal, de nº 1.903/11, a qual determina que os estabelecimentos comerciais devem fornecer aos clientes, para preservação e entrega de produtos, sacolas de papel, reutilizáveis e sacolas plásticas biodegradáveis, que podem diminuir o impacto ambiental. São as mesmas sacolas que pegamos no caixa, só que são feitas com outro produto, que irão se decompor em contato com a luz, com a água, com matéria orgânica ou com lixo orgânico; várias são as possibilidades, além daquela que já usamos, a sacola reutilizável. Essa lei é de incentivo fiscal, portanto, de acordo com ela, não tem nenhuma penalidade para as empresas que não adotarem a substituição.
O vereador explica que o projeto de lei surgiu de duas situações. Uma foi a percepção do aumento desenfreado do consumo e descarte de produtos derivados do petróleo. “Hoje, quase tudo que nós compramos vem embalado, geralmente em embalagens feitas por produtos derivados do petróleo. Dentre eles, principalmente o saco plástico, que está presente em quase tudo”, afirma Clécio. O empresariado local, de maneira voluntária, também discutiu entre si para tentar diminuir a utilização desse produto. A proposta da criação do projeto de lei surgiu, também, pela discussão com esse empresariado, encabeçado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Calçados do Estado do Amapá (SINCAL), apoiados pela Associação Macapaense de Supermercados (AMAPS) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amapá (FECOMERCIO).
Vereador Clécio Luís (PSOL) é autor do Projeto de Lei, já aprovado pela PMM. |
Estamos acostumados a utilizar as sacolas plásticas tradicionais, e até usamos como sacos de lixeiras, pensando que está ajudando o meio ambiente. O que é totalmente o contrário: “Como nós não temos coleta seletiva, esse descarte orgânico dentro das sacolas plásticas, que deveria ir para o aterro controlado e absorvido pela natureza, demora cerca de 300 anos para se decompor, o que é um problema que se multiplica, mesmo estando dentro da lixeira pública” explica Clécio Luís.
O vereador acredita que, para o sucesso da lei, só a conscientização da população e a orientação relacionada aos benefícios ambientais gerados pela substituição podem ajudar na questão do combate à poluição ambiental. “Não é proibindo que vamos resolver, você estimula a mudar os hábitos e com o tempo poderemos cobrar, e até regulamentar a lei”, diz.
No âmbito estadual, o Deputado Estadual Zezé Nunes formulou um projeto de lei, que foi sancionado pelo Governo do Estado do Amapá, tornando-se a lei de nº 5017/11, que indica a proibição do uso das sacolas plásticas nos estabelecimentos de pequeno e médio porte de gêneros alimentícios, e nos médios e grandes supermercados. As empresas têm o prazo, hoje, de menos de três anos para se adaptarem à nova lei estadual, que aconselha o uso das sacolas feitas com fibras de milho, as quais, mesmo tendo a mesma consistência das plásticas, têm a durabilidade em torno de seis meses.
Essa nova atitude de preservação ambiental desempenha uma mudança também no setor econômico e social: há a geração de emprego para pessoas de baixa renda, que sabem o básico da costura para a criação da sacola retornáveis.
Atitudes voluntárias
Clientes da Padaria Pimentel já pedem somente a sacola de papel lembrando o quanto é importante deixar a sacola plástica 'de lado' |
O cliente também fica satisfeito com a funcionalidade da sacola de papel: “o meu produto chega conservado em casa, e também ajuda o meio ambiente. Nós devemos ter essa consciência, eu, por exemplo, indico pro meu filho pedir a sacola de papel”, lembra Dorielber Sá, cliente da Panificadora.
Atitudes como essa é que a sociedade deve ter como modelo e que o meio ambiente precisa para continuar presente e ativo.
[Texto extraído integralmente do Blog do Jornal Tribuna Amapaense]
[Texto extraído integralmente do Blog do Jornal Tribuna Amapaense]
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