@FabianaFgrd
Nas relações das sociedades, muitos direitos são
abolidos ou esquecidos pelas partes. Você já parou para
pensar quanto tempo perdeu em filas de bancos, tentando resolver problemas nos
caixas de atendimento? Saiba que você não está sozinho, e que tem muitas
pessoas incomodadas com essa situação de demorar horas dentro de uma agência
bancária para, às vezes, resolver um probleminha.
Macapá possui
a Lei Municipal de nº 1.456/2005-PMM, a qual prevê que as agências
bancárias ficam obrigadas a manter pessoal suficiente no setor de caixa para
atender as pessoas em tempo razoável, que seria de até 15 minutos em dias
normais, 25 minutos em véspera de ou após feriados prolongados e de até 30
minutos em dias de pagamento de funcionários públicos.
Você tinha conhecimento desta lei? O consumidor Jasson Rodrigues afirma que conhece a Lei Municipal, mas diz que ela não funciona na prática. “Eu nunca vi ninguém fiscalizando dentro dos bancos. Não adianta, essa situação não vai mudar tão cedo”, desabafa Jasson. Ele lembra que já fez denúncias na ouvidoria de vários bancos, mas que o problema não foi resolvido. E, ainda, ressalta que o fato de esperar tanto tempo nas filas dos bancos da cidade já se tornou algo normal: “Nenhum atendimento dos bancos presta. Várias pessoas já reclamaram e se cansaram de sair depois das quatro da tarde pra ser atendido pelo gerente.”
Tanta
reclamação para pouca solução. Mesmo tendo lei, não há respeito com o usuário,
que espera horas, às vezes em pé, por um atendimento. O congestionamento nas
agências bancárias faz os clientes “perderem” o dia no local tentando resolver
algo.
A (suposta) saída
Você sabe como
os 30 minutos, uma hora, ou quatro horas que você perdeu em uma fila podem ser
convertidos em punição, em multa, ou em ressarcimento? O Instituto de
Defesa do Consumidor do Estado do Amapá (PROCON), com o objetivo de criar ações de
proteção e defesa do consumidor amapaense, deve fazer o processo necessário
quando um cidadão vai à instituição denunciar algum banco.
Segundo
informações do Procon, quem se sentir lesado com a demora na fila bancária,
deve procurar a instituição através do Disk Denúncia 151, ou do endereço (Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, nº 1614,
bairro Santa Rita) para realizar a denúncia
contra a empresa. Um processo será instaurado
e o Procon vai averiguar a situação, através de documentos emitidos pelo banco
e/ou de posse do consumidor, com o horário de entrada e saída do banco, e
outros métodos de investigação.
Haverá
a audiência de conciliação entre as partes e, dependendo da sentença do juiz, o
cliente será indenizado pela empresa.
Como
forma de evitar essas situações desagradáveis, o Procon faz reuniões com os
gerentes dos bancos do Estado, como forma de encontrar soluções que amenizem os
desconfortos, baseadas nas reclamações que o Instituto recebe. Dentre as
propostas, aparecem sugestões de melhorias nos atendimentos das
prioridades (idosos, gestantes, mães com
crianças de colo e de amamentação), contratar mais funcionários nos
atendimentos de caixa e auxiliadores nas “bocas dos caixas”, para ajudar os
analfabetos funcionais que não sabem manipular as operações dos caixas, entre
outros.
De acordo com a
diretora-presidente do Procon, Nilza Amaral, o atendimento bancário melhorou
muito desde março deste ano, por meio das reuniões e acordos firmados com os
bancos. “Estamos fazendo essas melhorias para que o trabalho seja mais
humanizado, mas ainda falta melhorar muito mais essa questão da espera na fila
dos bancos”, diz.
Nilza afirma que o trabalho está
se tornando ostensivo, com o objetivo de defender o consumidor, “até chegar um
dia em que nós vamos cessar um banco que não está trabalhando corretamente, de
forma que ele fique sem funcionamento por um período ou pagamento através da
multa.”
Dentre as
denúncias feitas no Procon/Ap, o caso do excessivo tempo de espera nas filas
bancárias lidera o ranking de reclamações, justificando o trabalho que o
Instituto está fazendo.
Mesmo que a lei esteja em
circulação e o Procon realizando as fiscalizações, os bancos ainda não compreenderam
a necessidade do assunto e a realidade continua, o consumidor esperando tanto
tempo para resolver um problema que, muitas vezes, não dura nem 5 minutos.
[Matéria extraída da Edição 314, do Jornal Tribuna Amapaense]
[Matéria extraída da Edição 314, do Jornal Tribuna Amapaense]
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