quinta-feira, 30 de maio de 2013

Intercâmbio Cultural dá espaço para nova arte amapaense

Durante todo este mês, uma artista visual amapaense irá fazer um intercâmbio cultural na cidade de Corumbá, no Estado do Mato Grosso do Sul. Elenilda Silva Moraes, ou Lene Moraes, está começando a deixar sua marca na história da arte amapaense e enriquecendo seu currículo nesta nova experiência.

O Intercâmbio Cultural é parte do Projeto Rede Brasis; uma experiência de residências inter-regionais realizadas num circuito de cooperação entre artistas de diferentes regiões do país. Nesta edição, cinco artistas, de cinco diferentes cidades - Aracaju (SE), Macapá (AP), Corumbá (MS), Rio Grande (RS) e Ouro Preto (MG) - foram escolhidos por meio de uma seleção aberta de artistas locais que recebem o “artista viajante”. Eles vivenciarão intercâmbios nos quais não serão somente beneficiários de uma residência, mas também, colaboradores na sua produção e formatação. O projeto é financiado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), e tem como direção os artistas Yili Rojas e Isaumir Nascimento. “É pra fazer esse intercâmbio entre esses vários Brasis que têm realidades artísticas bem diferentes”, cita Lene Moraes.

Artista amapaense
Lene Moraes, 23 anos, concluinte de Artes Visuais, na Universidade Federal do Amapá, relata que seu envolvimento com a arte no Amapá foi mais intensa no ano passado, quando fazia seu Trabalho de Conclusão de Curso e começou a participar de atividades, principalmente, de grupos independentes e a frequentar o Museu da Imagem e do Som (MIS).
Entre sete propostas, o projeto “Como Morre Uma Fotografia” foi escolhido, e Lene, dona do projeto, irá até Corumbá esta semana, para começar a implantar o projeto. “O principal ponto de vista dele é epistemológico, é um levantamento de conhecimento local, através da fotografia. Ele passa por vários momentos de leituras e releituras fotográficas”, define o projeto.

A execução possui várias etapas e ela explica: “O primeiro passo é conhecer a história da cidade através de fotografias das famílias. Essas fotos serão digitalizadas e transformadas em ‘lambe-lambe’, grandes cartazes, e postas em várias vias públicas, sujeitas a intervenção da comunidade, e eu irei fotografar toda essa intervenção. A exposição final serão as fotografias das intervenções, será o processo que essas imagens passaram diariamente. O segundo ponto de exposição é expor as fotografias originais em mídia, com o diferencial de elas estarem em estilhaços de vidro; [...] que eles sejam compreendidos como um entrelaçamento de reflexões múltiplas”. Ela lembra que a realidade de Corumbá pode interferir no projeto, e ele se adaptar-se à história da cidade.

A ideia surgiu com um projeto de pesquisa de Fotografia em Memória, no MIS, que lhe proporcionou muito referencial prático e teórico para produção; ela também acrescenta que o fotoclube que participa também serviu de inspiração para a criação do projeto.

Ela revela: “Estou muito nervosa, um pouco ansiosa porque antes de tudo eu não quero ir sozinha: quero representar os coletivos independentes, como o FotoClube, FIM, Catitas e APQuadrinhos. Quero poder mostrar que tem muita gente atuando na cultura alternativa em Macapá, até porque fora do Estado as pessoas não conhecem a nossa realidade. Ao retornar, trazer toda essa experiência e compartilhar”.

Como é um intercâmbio cultural, a artista Barbara Mol, de Ouro Preto, executará seu projeto em Macapá, também na mesma época em que Lene Moraes ficará em Corumbá. 

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Fabiana Figueiredo
@FabianaFgrd
Repórter Cultural

(Matéria publicada na edição 360, do Jornal Tribuna Amapaense)

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